AS ORIGENS DA VEDANTA
Mais de 5.000 Anos de História
Os antigos Rishis
A Vedanta tem suas origens na experiência direta dos antigos sábios da Índia, os Rishis, que eram conhecidos como videntes do Conhecimento Eterno - da Pura Consciência que é Brahman, pois eram sérios investigadores da realidade suprema.
Pode-se dizer que estes sábios eram cientistas investigadores da alma humana, da natureza da pessoa, da unidade da Vida, do Ser Eterno. Esse mar de pura consciência que é objeto da investigação dos Rishis é chamado por Vedas.
Portanto, Vedas não são livros, eles significam o tesouro acumulado de leis espirituais descoberto por diferentes pessoas em diferentes épocas.
Conforme afirmou Swami Vivekananda - o grande Rishi dos tempos modernos:
Vocês são o oceano de pura consciência, a consciência pura, o Brahman, o Atman, que é invisível, imóvel, imutável, indestrutível, onipresente, onisciente, o permanente por detrás de tudo que é impermanente, que não tem começo nem fim. Vocês são imortais, nunca nasceram e jamais morrerão. Vocês estavam presentes no passado, vocês estão presentes agora e estarão no futuro também.
~Swami Vivekananda~
Grandes Mestres
Desde tempos imemoriais até os dias de hoje, a Índia tem sido o berço de grandes mestres espirituais. Seres totalmente livres, plenos de amor, poder e renúncia. Eles elevaram a humanidade a novos níveis de consciência, removendo as trevas da ignorância e inspirando as pessoas a superarem suas limitações, a alcançarem sua grandesa inata através da investigação do seu próprio ser em profundidade. Embora seja grande o número de grandes mestres de Vedanta, abaixo apresentamos alguns dos mais relevantes:
A experiência direta
As experiências diretas desses antigos Rishis foram inicialmente registradas em quatro livros que são o Rig Veda, o Sama Veda, o Ayur Veda e o Atharva Veda. Tais registros foram empregados tanto no campo pragmático quanto no campo espiritual.
Na seara espiritual, a Vedanta passou por várias fases evolutivas culminando nos Upanishads - os livros que conformam a parte final dos Vedas, sua mais perfeita tradução em termos de conhecimento e realização.
Estes Upanishads juntamente com os Vedas têm sua autoridade reconhecida por todas as vertentes religiosas e escolas filosóficas indianas, e compõem o Sruti, os textos com máxima autoridade. Os Smrits são escrituras derivadas dos Upanishads muito parecidas com as escrituras de outras religiões. Elas têm caráter circunscrito a determinados momentos históricos e culturais.
Popularização dos textos
Pode-se dizer que os textos originais onde estão registradas as visões dos antigos Rishis sejam os 4 Vedas (Rig, Sama, Ayur e Atharva). Do emprego e aplicação dos conceitos ali registrados, surgem duas vertentes. Uma delas, de natureza pragmática, chama-se Kama Khanda, e a outra, de natureza filosófica, chama-se Jnana Khanda ou Vedanta.
O Karma Khanda inclui diversos sacrifícios sujeitos à época e localidade. São as obrigações e deveres para os homens e mulheres, para os estudantes e para cada fase da vida do ser humano. Alguns estão extintos e outros ainda se encontram presentes nos dias de hoje.
Já o Jnana Khanda ou Vedanta, conforma a parte central dos Vedas, sendo a sua mais alta conclusão. Ela indica a meta dos Vedas, a essência do conhecimento ali registrado. Dará origem a uma série de interpretações registradas nos Upanishads.
Os Upanishads (Sruti) têm sua autoridades reconhecida por todas as vertentes sejam elas antigas, modernas ou futuras (Dualistas, Monismo Qualificado, Monismo Puro, Shaivas, Vaishnavas, Shaktas, Sauras, Ganapatyas, etc. ). Admitem variados enfoques e interpretações, mas sua autoridade é considerada inquestionável. Está profundamente enraizado na mentalidade indiana. Com o passar do tempo, derivou expressões figurativas simbolizando suas ideias. Difundiram-se por toda a Índia até se tornarem parte de seu cotidiano na forma de símbolos.
Com a difusão dos Srutis, nascem os Smritis, que são textos populares escritos por sábios. Estes textos têm sua autoridade subordinada à Vedanta. São semelhantes às Escrituras das demais religiões, sendo mais aplicáveis à determindadas épocas, raças e costumes.
Dentre estes Smritis, destacam-se os grandes épicos como o Ramayana e o Mahabharata, que popularizaram o conhecimento por sua linguagem poética e pela profundidade de seus ensinamentos, sendo atualmente conhecidos e apreciados por todos os povos da Terra.
Concluindo
Por seu caráter Eterno, podemos dizer que as Escrituras de Vedanta sempre estão sendo atualizadas pelos Rishis dos tempos modernos, que trazem novas luzes e beleza refrescante ao registro da revelação do Conhecimento do Ser. Realmente todo ser humano tem o poder de investigar sua verdadeira natureza e constatar as mesmas verdades apresentadas por esses Rishis. Na verdade essa magnífica aventura é a jornada real da alma humana, e alcançar esta revelação é a meta da vida.
Portanto, as raízes da Vedanta não se encontram nem no Oriente nem no Ocidente, nem em uma cultura em particular, nem em uma linguagem em particular. As raízes da Vedanta não se encontram nem em livros, nem em pessoas, nem em lugares. Suas raízes estão nos corações de cada um de nós.
Há uma vasta bibliografia sobre Vedanta
A editora Vedanta se esforça para traduzir grandes títulos da bibliografia de Vedanta para a nossa língua Portuguesa, onde os títulos do assunto ainda são poucos. Você também pode encontrar um material valioso na livraria do Advaita Ashrama na Índia em Inglês.