TEXTOS PRINCIPAIS

Verdades eternas reveladas em todos os tempos.

Principais Escrituras

Diz-se que os Vedas (as mais antigas escrituras Hindus) não têm começo nem fim. Isso pode soar estranho para a maioria das pessoas. Como pode um livro não ter começo nem fim. Mas, os Vedas não significam livros. Significam o tesouro acumulado de leis espirituais, descobertas por diferentes pessoas, em tempos diferentes. Assim como a lei da gravidade existia antes de sua descoberta, e continuará existindo mesmo que toda a humanidade se esqueça dela, o mesmo acontece com as leis que governam o mundo espiritual”.

A palavra Vedanta - de origem sânscrita - é uma combinação de duas outras: "Veda" que significa conhecimento e "anta" que significa "a parte final" ou a "essência". E assim temos: A essência dos Vedas. Neste contexto, entende-se por "conhecimento" não aquele conhecimento limitado que adquirimos através dos livros. "Conhecimento", aqui, significa o conhecimento de Si mesmo, de sua real natureza e capacidade. Vedanta é, pois, a busca do profundo conhecimento de Si Mesmo.

O mundo do conhecimento pode ser secular ou espiritual, mas todo conhecimento tem natureza sagrada para a Vedanta. Podemos iniciar por um conhecimento secular, e continuarmos a busca na direção do espiritual. Quanto mais conhecimento adquirirmos, mais riqueza poderemos criar e compartilhar. Fora do trabalho eficiente inspirado pelo conhecimento não existe outro meio de se alcançar a plenitude da existência. O Conhecimento de Si Mesmo é o valor supremo, a maior e a mais esplêndida façanha da vida.


Os Upanishads

Schopenhauer disse: ‘Em todo o mundo não existe estudo tão benéfico e tão inspirador quanto o dos Upanishads. Eles são produto da mais alta sabedoria. “Está destinado, mais cedo ou mais tarde, a tornar-se a fé do povo”. E mais, “O estudo dos Upanishads tem sido o consolo da minha vida e será o consolo na minha morte”.

Estes são os registros das experiências transcendentais adquiridas pelos Rishis seguindo técnicas contemplativas diferentes. Estas experiências são de fato revelações sobre o Atman, sobre Brhaman, e outras eternas verdades universais com relação a Realidade Imutável.

Estas verdades eternas e princípios do mundo espiritual, apresentadas e disseminadas pelos Upanishads, foram reunidos e classificados por Badarayana na forma de sutras ou aforismos. Estes sutras conhecidos como Brahma Sutras fundamentam o sistema de filosofia conhecida como Vedanta Darshana.

O termo significa conhecimento recebido pelo aluno 'sentado perto do professor'. Os Upanishds também são chamados Livros da Floresta ou Aranyakas.

Os acadêmicos estão divididos quanto à data do composição dos Upanisads. Muitos deles concordam, no entanto, que a maioria dos principais Upanishads pertencem ao período antes do advento de Buda no século sétimo antes de Cristo. Existem mais de duzentos Upanisads, muitos deles secundários em caráter e palpavelmente pós-Buda e até pós-Sankara. 

Diz-se que existem no total cento e oito Upanishads. É bastante óbvio que a maioria desses não são Upanishads verdadeiros; isto é, eles não faziam parte dos Vedas originais, mas foram escritos posteriormente. Entretanto, não devemos concluir que eles sejam inúteis; na verdade, alguns são altamente esclarecedores e explicam muitas coisas não encontradas nos Upanishads originais, que alguns estudiosos disseram ser o número vinte e oito. Destes vinte e oito, alguns eruditos dizem ser doze e outros que dez são os principais.

Embora os Upanishads tenham sido revelados em épocas remotas, seu poder e influência são eternos e duradouros. O 'Tempo' não pode conter ou exaurir a perpetuidade das verdades dos Upanishads. Seu poder e relevância, no entanto, precisam ser reafirmados e enfatizados para se adequar às ociedades contemporâneas e às circunstâncias em constante mudança.  A mensagem central dos Upanishads é transmitida e atualizada através das palavras de Swami Vivekananda.

Eu nunca citei nada que não fosse os Upanishads.

~Swami Vivekananda~

Swami Vivekananda

Uma mensagem de força

Antes da época de Swami Vivekananda, muito poucas pessoas sabiam sobre Vedanta, sobre a filosofia dos Upanishads. Ele se encarregou de proclamar essas verdades desde os telhados, tanto no Oriente como no Ocidente. Assim falou o Swami Vivekananda:

"Força, força é o que os Upanishads me transmitem em cada página. Esta é a única grande coisa a lembrar, foi a única grande lição que aprendi em toda minha vida; força, eles dizem, força, ó homem, não seja fraco. 

Não existem fraquezas humanas? - diz o homem. Existem, dizem os Upanishads, mas será que mais fraqueza os curará, você tentaria lavar a sujeira com terra? O pecado curará o pecado, a fraqueza curará a fraqueza? 

Força, ó homem, força, dizem os Upanishads, levante-se e seja forte. Sim, é a única literatura no mundo onde você encontra a palavra ‘Abhih’, ‘destemido’, usada repetidamente; em nenhuma outra escritura do mundo este adjetivo é aplicado seja a Deus, seja ao homem."

A quintessência dos Vedas e da Vedanta e tudo o mais está em uma só palavra: Força!

O Bhagavad Gita

Extraído do grande épico, Mahabharata, o Gita ou a canção do Senhor contém a essência do Hinduísmo e da Vedanta exposta em 18 capítulos. Ele apresenta um diálogo entre Krishna (a encarnação do Senhor) e Arjuna (seu discípulo) que se dá em meio a um campo de batalha, no momento de se iniciar uma batalha. Este diálogo mostra a pedagogia espiritual de Sri Krishna que por fim leva seu discípulo a lutar com coragem e consciência, e obter a vitória.

O Gita já foi explicado de diversas maneiras. Três tipos de mestres antigos comentaram o Gita, de acordo com seus pontos de vista. Sri Sankaracharya, o defensor da Advaita Vedanta (não-dualismo), escreveu seu comentário sobre o Gita com interpretação da Advaita.

Assim também ocorreu com Sri Ramanuja, o defensor da filosofia Visishtadvaita (não-dualismo qualificado), e Sri Madhva, defensor da filosofia Dvaita (dualismo), pois ambos interpretaram o Gita justificando suas próprias perspectivas.

Cada verso do Gita reflete seus profundos ensinamentos – por exemplo, a nossa verdadeira natureza é o Atman imortal e indestrutível, a despeito das identificações aparentes com o corpo; fazer o próprio dever sem preocupação excessiva com ganhos ou perdas; permanecer equânime nos altos e baixos da vida, etc.

O Gita, embora pequeno, contém todos os princípios relacionados ao Atman, Isvara, ao Jiva, e à criação, que se encontram na seção dos Upanishads nos Vedas. Em certas passagens repete-se a própria linguagem dos Upanishads. Esse é o motivo pelo qual o Gita é considerado como um dos Upanishads, chamado de ‘Gitopanishad’.

Cada capítulo do Gita é uma Yoga

Cada capítulo do Gita é denominado Yoga, que significa juntar, unir, levar em direção a Deus. Por exemplo, o primeiro capítulo é chamado Visada Yoga, e qual é a razão? Visada, o desânimo de Arjuna, tornou-se o instrumento que o conduziu a Deus. Assim também foram nomeados os outros capítulos: Sankhya Yoga, Karma Yoga, Sannyasa Yoga, etc.

O significado espiritual do Gita

O estudo do Gita nos traz uma mensagem, nos traz paz mental e oferece a solução para os problemas da vida. A História é testemunha das lágrimas de arrependimento derramadas por milhares de pessoas sem ética e desiludidos, que tiveram suas vidas transformadas e direcionadas a ideais mais elevados, como resultado do estudo do Gita.

Neste mundo, há de se enfrentar inúmeras batalhas, dia e noite – a luta contra os sentidos, luta pela subsistência, etc.; não há descanso ou paz. O Gita tem o propósito de mostrar o caminho para se vencer essas batalhas e atingir a verdadeira meta da vida humana.

Há uma vasta bobliografia sobre Vedanta

A editora Vedanta se esforça para traduzir grandes títulos da bibliografia de Vedanta para a nossa língua Portuguesa, onde os títulos do assunto ainda são poucos. Você também pode encontrar um material valioso na livraria do Advaita Ashrama na Índia em Inglês.